quinta-feira, 9 de maio de 2019

Clássicos para sempre: Caçadores de emoção 1991








O Filme nos apresenta ao agente do FBI novato Johnny Utah (Reeves, e sim esse é mesmo o nome do personagem), que é transferido para uma operação que visa capturar uma gangue de assaltantes conhecida como “Os Ex-Presidentes” – já que o grupo opera utilizando máscaras de presidentes americanos. Utah se alia ao veterano Angelo Pappas (Gary Busey) para investigar um grupo de surfistas que estaria conectado (ou até mesmo seria) os Ex Presidentes. Com o agente infiltrado e rapidamente se tornando uma figura de confiança do líder, Bodhi (Patrick Swayze), a lealdade do policial será testada.

Espere, você imediatamente pensou no primeiro Velozes e Furiosos? Não é coincidência alguma, já que o primogênito filme da franquia com Vin Diesel é uma cópia descarada de Caçadores de Emoção, em praticamente todas as reviravoltas e até mesmo na cena final. O que Velozes não tem, por um lado, é a qualidade do filme de Kathryn Bigelow, que consegue contar uma história banal de uma maneira honesta e absurdamente empolgante.

A condução da mulher que um dia viria a dirigir Guerra ao Terror e A Hora Mais Escura é impecável. Não só pelas complicadas cenas envolvendo surf e mares, mas por todo o espetáculo que o longa traz: são perseguições a pé, intensas sequências de assalto e duas inacreditáveis cenas de skydiving que, mesmo sendo feitas nos anos 90, são capazes de deixar qualquer um estupefato pelo realismo e empolgação de tais cenas; uma delas é a “sedução” final de Utah por Bodih, quando este o convence de que viver no limite é a filosofia ideal, e a outra é um confronto assombroso em plena queda livre.

Nisso, também devemos agradecer a Keanu Reeves. Nunca um grande ator que merecemos, mas sim o que precisamos, o ator faz de Utah um sujeito esquentado que aparentemente leva tudo a sério, e a artificialidade de sua performance é um dos grandes catalisadores da diversão: é quase uma paródia de si mesmo, vide momentos icônicos como aquele em que – após deixar um criminoso fugir – solta um grito de fúria enquanto descarrega o pente da pistola para cima. Já Swayze pode ser considerado um intérprete mais competente, mas seus exageros funcionam da mesma forma que os de Reeves: é uma variação hippie, esotérica e radical; quase como se o The Dude de O Grande Lebowski subisse numa prancha de surf

Algo que não funciona é a obrigatória presença de uma subtram amorosa, que envolve Utah e Tyler, uma garota da gangue de Bodhi que – quem diria- também é namorada do líder.

Uma viagem de volta aos tempos simples que era o cinema de ação dos anos 90. Caçadores de Emoção é empolgante, divertido, povoado por figuras catunescas e cenas de ação de tirar o fôlego. Isso, senhoras e senhores, é tudo o que um bom filme do gênero precisa ser.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Veja primeiro trailer da cinebiografia da banda Queen - (Bohemian Rhapsody)

“Bohemian Rhapsody”, longa biográfico da icônica banda de rock Queen e de seu líder e vocalista Freddie Mercury, teve seu primeiro trailer divulgado. Assista:


“Bohemian Rhapsody” acompanha a ascensão meteórica da banda através de suas canções icônicas e sonoridade revolucionária; a quase implosão do grupo quando o estilo de vida de Mercury entra numa espiral fora de controle; e o retorno triunfante da banda na véspera do Live Aid, quando Mercury, enfrentando uma doença que ameaçava sua vida, liderou a banda em uma das maiores performances na história do rock.

O filme conta com Rami Malek (da série “Mr. Robot”) como o vocalista e pianista Freddie Mercury, Ben Hardy (“X-Men: Apocalipse”) como o baterista Roger Taylor, Joseph Mazzello (“G. I. Joe – Retaliação”) como o baixista John Deacon, Gwilym Lee (da série “Midsomer Murders”) como o guitarrista e vocalista Brian May.

O filme é dirigido por Dexter Fletcher (“Voando Alto”), que substituiu Bryan Singer (da série “The Gifted”) depois que o diretor foi desligado do projeto. O roteiro é escrito por Anthony McCarten, indicado ao Oscar por “A Teoria de Tudo”.

“Bohemian Rhapsody”, cujo título é o mesmo da canção de maior sucesso da banda, estreia no Brasil em 27 de dezembro de 2018

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Critica - Jogador N°1

Jogador N°1, é um daqueles livros que você logo imagina na telona, intencionalmente reminiscente de aventuras da década de 1980, como Os Caçadores da Arca Perdida (1981) ou Os Goonies (1985), com suas charadas e quebra-cabeças. Tanto que antes mesmo de a primeira edição chegar às livrarias, os direitos de adaptação já haviam sido adquiridos — e Cline, contratado para escrever o primeiro tratamento do roteiro.



A empreitada, no entanto, apresentava dois problemas evidentes — o primeiro, contornável, uma vez que a tecnologia atual em computação gráfica já possibilita criar um dos elementos principais da trama: o OASIS, plataforma de realidade virtual na qual grande parte da população embarca para fugir dos problemas do mundo real, no futuro distópico descrito pelo autor. O segundo problema, bem mais complexo: como adquirir os direitos de uso para as milhares de referências de filmes, séries, desenhos, jogos, músicas e outros elementos da cultura pop mencionados no romance?

O envolvimento de Steven Spielberg como diretor e produtor da versão cinematográfica fez toda a diferença. Além de ser sinônimo de aventura centrada em personagens e de dominar os efeitos visuais como ferramenta de narrativa, o peso de seu nome certamente ajudou a abrir portas em outros estúdios e companhias em termos de liberação de direitos. Ainda assim, muita coisa ficou de fora — algumas, por questões jurídicas, outras, por escolha própria. O cineasta preferiu, por exemplo, evitar referências a seus próprios longas (possivelmente para não passar a ideia de autocelebração) e também a Star Wars (segundo ele, devido ao fato de essa ser uma franquia presente e em andamento).

Nada que prejudique o filme. Mesmo com algumas ausências notáveis, há inúmeras aparições que farão os nerds terem uma síncope. Algumas são importantes para o desenrolar da história, como a do robô de Gigante de Ferro(1999); outras, são claramente fanservice, como a de Chucky, de Brinquedo Assassino (1988) — que, ainda assim, é responsável por um dos momentos mais divertidos do longa.

Fãs do livro talvez se queixem das diferenças com relação ao enredo. Em linhas gerais, ele permanece o mesmo: após sua morte, o excêntrico criador do OASIS, James Halliday (Mark Rylance), envia uma mensagem a todos os usuários, na qual lança um desafio — quem encontrar o Easter Egg, um item escondido no universo virtual, herdará sua fortuna e o controle de sua empresa. Isso dá início a uma grande caçada, da qual participam aqueles que buscam apenas riqueza e os que querem impedir que o OASIS caia nas mãos de Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn), presidente da Innovative Online Industries (IOI), empresa que deseja monetizar a plataforma.

O perfil do protagonista Wade (Tye Sheridan) também se mantém, em grande parte. Órfão, morador de uma “pilha” (comunidade pobre em que as casas são velhos motorhomes empilhados), ele passa boa parte do dia logado, na pele de seu avatar, Parzival, ao lado de seu único amigo, o avatar Aech (Lena Waithe). No entanto, com os cortes feitos na adaptação, um importante traço de sua personalidade acabou sendo modificado. Enquanto no livro Wade é um ardoroso defensor do OASIS — que considera responsável por sua alfabetização e criação, graças aos programas educativos —, no filme, ele é, inicialmente, apenas um geek fascinado com tudo o que diz respeito a Halliday e à caça ao ovo. Mas essa mudança realizada pelo roteirista Zak Penn e por Cline, coautor também do script final, não é negativa, uma vez que fortalece o arco do personagem principal, bem como sua relação com a avatar Art3mis (Olivia Cooke) — é por intermédio dela que Wade começa a descobrir mais a respeito do caráter e das intenções de Sorrento.

Outra coisa que pode irritar os fãs é o fato de as missões para conquistar as três chaves que conduzem ao ovo terem sido alteradas radicalmente. Aqui, além da questão dos direitos — a não liberação pode ter impedido o uso das obras mencionadas no romance —, é preciso considerar dois pontos importantes. O primeiro, mercadológico, se refere à audiência ampla que um filme como esse se destina a atingir. Os jogos e filmes que integram as quests originais podem ser velhos conhecidos dos nerds e de quem foi criança nos anos 80, mas Spielberg e os roteiristas devem ter preferido — compreensivelmente — optar por elementos mais familiares ao grande público. E o segundo ponto, técnico, é igualmente justificável. Retratar um personagem jogando videogame ou reproduzindo todas as falas de um filme pode funcionar no livro, mas provavelmente não renderia sequências de grande apelo. Daí a escolha por versões dos desafios um pouco mais, digamos, cinematográficas.

Talvez a única diferença lamentável seja com relação aos coadjuvantes, que perderam muito de sua importância. O arco de Aech, por exemplo, incita discussões interessantes a respeito de identidade no romance, mas sua contraparte no filme acaba praticamente reduzida a alívio cômico. Já os avatares Daito (Win Morisaki) e Shoto (Philip Zhao), que vivem uma das passagens mais sombrias no livro, apenas estão lá na tela. Mais uma vez, são decisões que podem desagradar, mas têm sua razão de ser — neste caso, são cortes em nome do ritmo e da concisão.

Ao final de duas horas, Spielberg entrega um longa divertido e empolgante, como há muito não fazia. Pode não ser revolucionário ou arrebatador como as películas que dirigiu em sua fase áurea, mas certamente consegue retomar o clima leve e despretensioso de outras obras importantes das décadas de 80 e 90, celebrando-as com justiça as inúmeras referências.
.
.
.
vamos la, 81 referencias:
1.    DE VOLTA PARA O FUTURO O carro DeLorean do protagonista é o mesmo do filme De Volta para o Futuro. E mais: perceba que o Zemeckis Cube (homenagem a Robert Zemeckis, diretor do filme dos anos 1980) permite viagens no tempo.

2.    BATMÓVEL DA ERA ADAM WEST Não é um Batmóvel comum, é o carro clássico do seriado com Adam West, dos anos 1960.

3.    RYU No início da corrida pela cidade, lá está ele, o mestre de Street Fighter , no meio dos carros. E tem até um Hadouken durante um dos embates.

4.    MACH 5 Ainda na corrida, lá está o carro clássico do Speed Racer.

5.    AKIRA A supermoto de Shotaro Kaneda do anime Akira .

6.    THUNDERCATS Você percebeu a fivela do cinto do protagonista?

7.    STAR WARS Além de avatares de Stormtroopers, vemos um R2-D2 no chão. E um dos personagens chama Wade de “padawan”.

8.    STARCRAFT O avatar de Jim Raynor, o herói Terran do jogo, inspira uma armadura  do filme.

9.    HELLO KITY O que aquelas gatinhas estão fazendo ali correndo  atrás do protagonista?

10.  ESQUADRÃO CLASSE A Lembra da van clássica do seriado oitentista? Está na corrida também.

11.  CHARADA & HARLEY QUINN Juntinhos como sempre, direto do Oasis, na hora que a briga fica feia.

12.  BLANKA Lá está ele, um dos favoritos de Street Fighter, dançando no baile principal.

13.  GIGANTE DE FERRO Este é um dos personagens favoritos de Ernest Cline, autor do livro, então é óbvio que ele se faz presente na trama.

14.  KING KONG Não é nem mais uma referência, é homenagem mesmo: até a cena clássica do alto do prédio se faz presente.

15.  CIDADÃO KANE Você percebeu quantas vezes a palavra “Rosebud” foi mencionada no filme? É uma referência ao clássico de Orson Welles de 1941, considerado por muitos como o melhor filme de todos os tempos.

16.  CHUN-LI Na hora que a pancadaria fica feia, a “mocinha” de Street Fighterestá lá no meio, junto com...

17.  TRACER A musa de Overwatch luta ao lado de Chun-Li.



18.  THRILLER Como o “hino” de Michael Jackson poderia ficar de fora? Wade até se veste como ele.

19.  DURAN DURAN Cabelinho arrepiado, ombreiras... Wade virou um membro da banda new wave dos anos 1980.

20.  THE ADVENTURES OF BUCKAROO BANZAI Wade se veste como o personagem do filme de 1984 por um bom tempo.

21.  LARA CROFT Esta homenagem está mais escondidinha nas cenas ambientadas no Oasis, mas basta um olhar atento para ver os shorts curtos e a botinha da musa.

22.  CHUCKY Não chega a ser easter-egg, ele ataca mesmo com todas as letras e com sua fúria habitual do Boneco da Morte.

23.  ATARI 2600 O clássico dos clássicos do mundo dos videogames é a chave final para desvendar o mistério do Oasis.

24.  CENTIPEDE Game clássico do Atari 2600 citado pelos capangas de Sorrento.

25.  PITFALL Game clássico do Atari 2600 citado pelos capangas de Sorrento.

26.  SWORDQUEST Game clássico do Atari 2600 citado pelos capangas de Sorrento.

27.  ADVENTURE Game clássico do Atari 2600 citado pelos capangas de Sorrento. O filme fecha com a ação final do jogo.

28.  BATTLETOADS Clássico da primeira geração de videogames aparece em toda sua glória, no campo de batalha.

29.  GUNDAM É ele, o RX-78-2, pilotado por Amuro Ray, da série original Mobile Suit Gundam , anime de 1979.

30.  PRINCE OF PERSIA Lembra dos soldados-caveira com capacete de chifre do game de 1989? Estão todos lá, na hora da batalha.

31.  GUERRA DOS MUNDOS Uma nave marciana é o local de um dos encontros virtuais.

32.  DEADPOOL Ele passa de relance na cena da batalha final, mas a silhueta é inconfundível.

33.  MORTAL KOMBAT Goro é um avatar e o dragão-ícone da série é buttom de jaqueta de um dos personagens.

34.  HALO Soldados com avatares do Master Chief. Inconfundível!

35.  SONIC Avatar de um dos personagens de cena.

36.  MASS EFFECT O avatar do personagem Shepard está na casa noturna, durante a festa.

37.  DEATHSTROKE O vilão da DC é um dos avatares na batalha.

38.  ROBOCOP Ele estava lá em cena também.

39.  DUKE NUKEM Também estava na guerra.

40.  SINBAD Avatar do Cyclops estava na Battle Royale.

41.  MINECRAFT A abertura do Oasis já tem a marca do game.

42.  FREDDY KRUEGER O vilão clássico dos anos 1980, do filme A Hora do Pesadelo, é um dos avatares do Oasis.

43.  SEXTA-FEIRA 13 Jason está ali, pertinho do Freddy Krueger.

44.  STAR TREK O funeral de James Halliday é temático de Jornada nas Estrelas. Durante a batalha, também podem ser vistas armas Klingon.

45.  GODZILLA Como esse ícone nipônico poderia faltar à festa?

46.  MARIO KART É mencionado durante a corrida de carros.

47.  JOUST Pôster do jogo é visto no quarto de Halliday. No livro, o jogo tem uma participação maior do que no filme: é uma das charadas.

48.  BORDERLANDS Apetrechos virtuais referentes ao jogo estão no marketplace do Oasis.

49.  TRON A indefectível moto de neon está na corrida, com a protagonista.

50.  JURASSIC PARK O T. Rex não poderia faltar à festa e vira obstáculo da corrida.

51.  LAST ACTION HERO Pôster do filme clássico de Arnold Schwarzenegger aparece em uma das paredes de rua.

52.  BATTLESTAR GALACTICA A nave versão 1970 de Galactica é um dos “toys” virtuais.

53.  ALIEN O bichinho marca presença com Artemis, a crush do protagonista. Também percebemos a espaçonave Sulaco como um “toy” virtual.

54.  DUNA O filme de 1984 é referência direta quando o planeta Arrakis é citado como destino dos personagens.

55.  GOLDENEYE Jogo de 1997, do Nintendo 64, é citado como favorito de Halliday.

56.  SUPERMAN O avatar o protagonista Wade brinca com Clark Kent.

57.  HOMEM-ARANHA Também citado como referência de avatares.

58.  HULK Idem.

59.  LOONEY TUNES Quando mostra Halliday criança, ele tem um boneco Marvin Marciano.

60.  SPACE INVADERS Camisa favorita de Halliday: ele está sempre usando.

61.  ASTEROIDS O jogo é mencionado por Ogden Morrow, sócio de Halliday.

62.  SUPER-MÁQUINA O seriado dos anos 1980 é homenageado com a presença do carro clássico KITT.

63.  BEETLEJUICE Um dos avatares da batalha é uma referência ao filme clássico de Tim Burton, Os Fantasmas se Divertem , de 1988.

64.  PURPLE RAIN Wade se veste como Prince da fase Purple Rain, de 1984.

65.  CHRISTINE Carro do clássico do livro de Stephen King (que também virou filme) é visto na corrida virtual.

65. Cinto do Thundercats e carro do filme De Volta para o Futuro

66.  MAD MAX Menção direta ao filme de 1979.

67.  GREMLINS Também menção direta ao filme clássico de 1984.

68.  OS EMBALOS DE SÁBADO À NOITE Uma das cenas mais engraçadas do filme: a dancinha dos protagonistas, com Bee Gees e tudo.

69.  CLUBE DOS CINCO O filme de 1985 não apenas é mencionado por Nolan Sorrento, mas tem o personagem Bender (feito no cinema por Judd Nelson) em uma das cenas.

70.  CURTINDO A VIDA ADOIDADO O filme de 1986 é citado nominalmente por Sorrento.

71.  PICARDIAS ESTUDANTIS Filme de 1981 é citado por Wade.

72.  CLUBE DOS CAFAJESTES Filme de John Landis é citado por Wade.

73.  MONTY PYTHON E O CÁLICE SAGRADO Wade usa uma granada Holy Hand durante uma das batalhas.

74.  DUNGEONS & DRAGONS O game megaclássico ganhou um espaço virtual com seu nome e também o arcade aparece de relance no cenário.

75.  O ILUMINADO Outra das melhores sequências do filme, reproduz a obra do escritor Stephen King que também foi sucesso no cinema.

76.  TARTARUGAS NINJAS Durante a batalha, as versões mais recentes das Tartarugas são vistas em ação.

77.  CAÇADORES DA ARCA PERDIDA Pôster no quarto de Halliday criança.

78.  O PLANETA PROIBIDO Brinquedo no quarto de Halliday criança.

79.  PAC-MAN - Pôster no quarto de Halliday criança.

80. RUSH - Pôster no quarto de Halliday e camiseta de um personagem. No livro, a música da banda (especialmente Temples Of Syrinx ) tem uma importância crucial para desvendar as charadas.

81. ESTRELA DO FILME KRULL - usada para cortar o braço do vilão da caveira na barriga!

terça-feira, 6 de março de 2018

Crítica - Viva a vida e uma festa


Viva – A Vida é um Festa (Coco), da Disney\Pixar, o primeiro filme da Disney totalmente no México e dedicado à cultura mexicana. Desde o início, o filme apresenta diversos elementos do país e seu povo como os mariachis, as telenovelas e a devoção ao Día de los Muertos, o que lembra a animação Festa no Céu (2014), da Fox.
Diferente de seu antecessor, porém, Viva – A Vida é uma festa é apresentado através dos olhos do menino Miguel de forma perspicaz e inocente. Apesar do proibição musical, ele mantém sua paixão em um esconderijo onde toca sua viola quebrada e assiste às apresentações do seu grande ídolo já falecido Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt).


Quando Abuelita (Renee Victor) o descobre com um violão nas mãos, as coisas não acabam muito bem. A explicação para o banimento de qualquer assovio musical na família é dada no início do longa pelo próprio Miguel, em forma de lamento pelo seu destino ter sido prescrito por um infortúnio do passado, mas, mesmo assim, ele mantém um fascínio arrebatador por tocar e cantar.


Na celebração do Día de los muertos, na qual acredita-se que as almas voltam para visitar seus entes queridos e, portanto, milhares de pessoas constroem altares para preservar suas memórias e colocam comida de oferenda, ocorre a suprema mágica do filme. Ao tocar o violão do seu falecido ídolo De la Cruz, Miguel é transportado para uma dimensão vibrante e colorida, conhecida como Land of the Dead (Terra dos Mortos), habitada somente por aqueles que ainda são lembrados no mundo dos vivos.

Neste momento, a beleza visual do filme se torna deslumbrante, mas é o carisma do protagonista e os personagem ao redor que sobressaem com diálogos ágeis e ações divertidas. Lá, ele tem a missão de encontrar o seu ídolo, a maior estrela de todos os tempos – mesmo no mundo dos mortos -, e pedir sua benção para voltar para casa, enquanto foge dos seus finados parentes que querem fazê-lo prometer nunca cantar em vida.

Como em qualquer agradável jornada, Miguel aprende, se diverte e vive o seu sonho de menino, com o auxílio do interesseiro, intrigante e divertido Héctor (Gael García Bernal). As reviravoltas são contagiantes, bem engendradas e dignas das telenovelas.

Além disso, a animação está cheia de baladas que misturam inglês e espanhol, como The World is Mi Familia e Proud Corazón, além da canção principal Remember Me\Recuérdame. Boas músicas, contudo, longe de se comparar com as gostosas e alegres How Far I’ll Go, de Moana (2016), e Let It Go, de Frozen (2013).

Dirigido e escrito por Lee Unkrich, dos adoráveis Toy Story 3 (2010) e Procurando Nemo (2003), Viva – A Vida é uma Festa é uma homenagem belíssima à cultura mexicana e a força dos laços familiares. Assim como Moana e Elza, fala sobre ser corajosas e confiar em si mesmas, Miguel mostra como é importante ser persistente e batalhar para alcançar suas expectativas.

Com participação especial até de Frida Kahlo (Natalia Cordova-Buckley), a obra de Unkrichmostra que não basta ter bons personagens para fazer um filme ser bem sucedido, vide Liga da Justiça (2017). Aqui, o roteiro se destaca e mistura melodrama, desfaçatez e verdades reveladas, típicas das tramas mexicanas, em sua cativante narrativa, que faz os olhos brilharem na escuridão do cinema.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Crítica - Liga da Justiça


Liga da Justiça foi encarregada de  dar um novo direcionamento a um universo cinematográfico sem fazer um reboot completo.

Os eventos que impulsionam a trama começaram a ser trabalhados em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, mas ele não parece exatamente uma continuação e sim um filme de origem. Isso se deve em grande parte à tarefa nada fácil de apresentar ao espectador três novos personagens em um só filme, além de largamente mudar o tom do que vinha sendo feito até então.

Este é um filme mais leve, e, nesse aspecto, ele se aproxima mais de Mulher-Maravilha do que do longa sobre o combate entre os heróis. Talvez por isso, a heroína interpretada por Gal Gadot brilhe muito mais em suas cenas do que o Cavaleiro das Trevas (Ben Affleck), que lida com seu remorso e luto fazendo piadas que destoam completamente do personagem apresentado no filme anterior. Uma mudança radical e que, na maioria das situações, resulta em um momento mais desconfortável que engraçado, que só é reforçado pela atuação abaixo do esperado de Ben Affleck. Apesar de inegável talento do ator, não é possível reconhecer um esforço ali para tentar deixar o personagem mais interessante.

A tentativa de humor do longa, entretanto, não é totalmente frustrada pois Flash (Ezra Miller) se encaixa perfeitamente como o alívio cômico. Ele é talvez o único personagem novo que tem algum desenvolvimento coerente, que é possível ver uma consistência nas ações e que deixa o público animado para um filme solo. Ezra convence como o novato Barry Allen e traz uma energia que dá uma nova carga da ânimo à Liga da Justiça, especialmente nos momentos em que ele interage com os outros heróis.

A equipe conta também com Ciborgue (Ray Fisher), um herói cujo drama pessoal é desenvolvido de forma interessante até mais ou menos metade do filme, quando expõe seus dilemas para Diana, e depois age de maneira que contradiz alguns de seus princípios. Já Aquaman (Jason Momoa), é um herói cujo passado é contado através de um único diálogo extremamente expositivo e sem propósito, pois não acrescenta em nada à trama.

Apesar desses problemas no desenvolvimento individual dos personagens, é divertido ver como as diferentes personalidades e poderes se complementam, formando uma equipe que funciona muito bem em conjunto. As interações fora do combate estão entre os pontos altos do filme.

Outro acerto em cheio é que o Superman pode não estar presencialmente ali, mas a ideia de esperança que ele instiga na humanidade está muito bem representada, muito mais viva do que nos filmes anteriores. As consequências da morte dele são bem trabalhadas através do clima de insegurança e violência nas ruas, que afetou o dia a dia de pessoas comuns. Tudo isso é mostrado em uma bela cena inicial embalada por “Everybody Knows” de Leonard Cohen.

Os críticos falam muito do vilão, que foi uma figura problemática no filme. O cara e de um planeta que podemos comparar com o inferno propriamente dito, então e claro que o vilão não e humano. A critica procura muita lógica em filme de Heróis.

As batalhas em si são interessantes para mostrar como os heróis funcionam bem como equipe.
Com Liga da Justiça a DC ainda não acha completamente a sua própria voz, uma força que realmente guie todo o universo cinematográfico, mas pelo menos ele tem momentos divertidos.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Crítica - Justiceiro é a melhor série da Marvel







Quando o Justiceiro foi apresentado na segunda temporada de Demolidor, muitos fãs ansiavam por uma série própria do anti-herói. Parte desse anseio se dava pela excelente interpretação de Jon Bernthal e pelo grande apelo do personagem. Atendendo às vontades dos fãs, a Netflix nos trouxe sua melhor série da Marvel do ano, que acerta em vários pontos, mas escorrega em alguns momentos cruciais.

A trama parte do fim da segunda temporada de Demolidor, ou seja, é extremamente recomendável, que você tenha visto as duas temporadas da série do Homem sem Medo antes de começar Justiceiro. Dessa forma, Frank já conseguiu sua vingança contra os assassinos de sua família e se aposentou, entretanto, novas informações surgem e o Justiceiro descobre, que a morte de seus entes queridos é parte de um esquema maior.

Aqui temos um dos pontos mais controversos da série. Ao transformar a tragédia pessoal de Frank Castle em uma conspiração, perde-se a essência do personagem e sua sangrenta cruzada contra bandidos e mafiosos não faz muito sentido, tornando difícil a continuidade da história do anti-herói.

Apesar desse detalhe, a série apresenta com maestria os novos personagens. Destaque para o personagem Micro (Ebon Moss-Bachrach), que se torna o parceiro do Justiceiro e tem um papel importante no desenrolar dos acontecimentos. O início da trama também entrega tudo que uma boa adaptação do Justiceiro deve ter: brutalidade, sangue e muita, muita violência.

Mesmo acertando nesses quesitos, a série sempre tenta se desculpar com o que é mostrado em tela, algo que por vezes esvazia a figura do Justiceiro. É evidente, que os recentes problemas com armas nos EUA contribuíram para essa abordagem, entretanto, a trama nunca escolhe um lado, deixando o espectador decidir.

A adição de algumas sub-tramas também não acrescenta muito ao saldo geral da série. A abordagem do problema do estresse pós-traumático em soldados é desinteressante e só serve para mostrar, que a guerra poderia ter transformado o Justiceiro em outro tipo de pessoa. Isso ainda contribui para deixar a trama um pouco monótona e difícil de acompanhar numa maratona.

Ao investir nessas tramas paralelas, a série perde uma excelente oportunidade de mergulhar mais na parceria do Justiceiro e de Micro e realmente mostrá-los em ação. Em alguns momentos, passa-se a impressão de que o próprio Justiceiro não é protagonista de sua série. Apesar do meio da narrativa enrolada, a resolução da trama é satisfatória mesmo com um final anticlimático.

Ben Barnes é responsável pela boa interpretação de Billy Russo. Nas HQs, o personagem é um assassino de aluguel extremamente eficiente e brutal, que ganhou a alcunha de belo por ser um homem muito bonito. Billy acaba cruzando com o Justiceiro e o anti-herói desfigura seu rosto, o que o deixa louco e o torna o nêmeses de Frank Castle.

Já na série, o personagem é companheiro de guerra de Frank e também seu melhor amigo. Apesar de ser uma mudança interessante, o desenvolvimento da trama não prende muito a atenção e também a inclusão de Billy no plano da morte da família de Castle é uma tentativa estabanada de unir as origens de herói e vilão.

Justiceiro é sem dúvida a melhor série da Marvel no ano. Apesar de sua qualidade inegável, a trama esbarra em assuntos polêmicos, falta de ritmo e mudanças desnecessárias. Mesmo assim, as boas interpretações, a violência extrema e a competência na execução das cenas de ação a tornam uma boa adaptação do personagem para os tempos atuais.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Crítica - Thor Ragnarok - Comédia no estilo Deadpool



Thor até o momento sempre foi aquele com menor personalidade. Convenhamos. Tony Stark é o playboy milionário com humor ácido. Capitão América é o puritano cujo valores são dificilmente corrompidos. Natasha é uma assassina fria com um grande coração. E Hulk é… o Hulk.

Os dois filmes solo do Thor derraparam em entregar uma personalidade forte, o que desagradou muitos fãs. Faltou empatia com o público, que se perguntava: “Afinal, quem é o Deus do Trovão?”.

Tendo consciência disso, a Marvel decidiu chutar o balde e criar um filme que praticamente serve como um reboot da franquia ‘Thor’.

O tom aqui é similar ao da franquia ‘Guardiões da Galáxia’, deixando de lado o toma mais sério e se transformando em uma sátira dos filmes de super-heróis, revertendo o gênero e divertindo o público. Ou seja: se você não gostou dos dois primeiros ‘Thor’, você vai amar esse filme, so faltou o Jim Carrey de vilão.

A trama começa com Thor sendo enviado para o planeta Sakar, aonde uma luta entre gladiadores o coloca para enfrentar o um ex-aliado e companheiro Vingador – Hulk. Preso do outro lado do universo e sem o seu martelo poderoso, ele encontra-se numa corrida contra o tempo para voltar a Asgard e impedir Ragnarok – a destruição do seu mundo e o fim da civilização Asgardiana. Seu povo se encontra nas mãos de uma nova e poderosa ameaça, a implacável Hela. Ele precisará recrutar um time para combater a Deusa da Morte, e impedir o fim do mundo.

Thor é a única franquia Marvel Studios para ter um diretor diferente para cada filme: Kenneth Branagh dirigiu Thor (2011) e Alan Taylor dirigiu Thor: O Mundo Sombrio (2013).

Foi uma decisão certeira trazer para a direção Taika Waititi, do ótimo ‘O Que Fazemos nas Sombras’, que consegue mudar o tom da franquia e colocá-la na direção certa. O humor impera no filme, que sim, é o mais divertido da Marvel.

A fórmula aqui também é bastante diferente dos outros filmes do estúdio, inovando e surpreendendo como em ‘Guardiões da Galáxia’.

Thor finalmente demonstrou a que veio e ganhou uma personalidade própria, provando o timing cômico do ator Chris Hemsworth – em sua melhor atuação até aqui.

Sua interação com o Hulk é impagável, e o verdão também ganha bastante destaque como co-protagonista, apesar de vermos pouco o ator Mark Ruffalo.



O elenco é sensacional. No time feminino, quem rouba a cena é Tessa Thompson como Valquíria, simplesmente maravilhosa. Cate Blanchett está caricata como a vilã Hela, e apesar de dar o melhor de si, ela parece uma cópia da Rita Repulsa. Será que temos uma maldição no quesito vilões da Marvel?

Tom Hiddleston como sempre entrega uma atuação impecável como Loki, e Jeff Goldblum está impagável como o Grão Mestre.

Embaladas pela trilha sonora de Mark Mothersbaugh e pela música Immigrant Song (Led Zeppelin), as cenas de ação são grandiosas e épicas. Entre batalhas de gladiadores e viagens interplanetárias, ‘Thor – Ragnarok’ é recheado de ação – o que vai agradar o público em geral.

Porém, o roteiro deixa um pouco a desejar. Apesar das diversas plot twists chocantes (o filme tem várias), faltou o brilhantismo de um roteirista como James Gunn – que conseguiu reverter os clichês do gênero. Outro problema é a falta de seriedade e urgência, já que estamos falando aqui de Ragnarok – a destruição de Asgard. O fim do mundo está acontecendo, mas os personagens sempre tem um tempinho para suas piadinhas de efeito.


‘Thor – Ragnarok’ provavelmente vai transformar Thor em um dos heróis favoritos de muita gente, e pode ser considerado uma espécie de ‘Deadpool’ (personagem da Marvel que está nas mãos da Fox nos cinemas). É uma comédia escrachada, que traz um herói brincalhão com um humor ácido.

Mais uma vez a Marvel prova que sabe inovar e entregar filmes que fogem da sua fórmula batida, mas nunca deixando o clima épico de suas produções de lado.

Obs 1: O filme tem duas cenas pós-créditos.

Obs 2: A exibição para a imprensa foi em 2D, então não podemos analisar se compensa assistir em 3D.