Enredo
Risky business, comparado com os típicos filmes para adolescentes, é uma obra-prima. Analisado isoladamente é certo que está longe desse patamar. Mas não deixa de ser uma surpresa das mais agradáveis começar a ver um filme sobre o último ano colegial de Tom Cruise e se deparar, lá no meio da história, com uma sátira, uma bela sátira sobre a geração yuppie.
O protagonista planeja ingressar na faculdade que seus pais escolheram. Mas ele não é exatamente um prodígio e os estudos, nesse momento de sua vida, estão em segundo plano: são outras coisas que ocupam seu tempo – e imaginação. Quando seus pais saem em viagem por alguns dias e o deixa tomando conta sozinho da casa de classe média alta num subúrbio americano, seus planos em perder a virgindade irão se concretizar, mas não se pode dizer o mesmo da sua perspectiva em entrar no caminho seguro para ser um legítimo “empreendedor do futuro” – pelo menos nos contornos tradicionais que lhe dão.
Entra em cena uma prostituta. Ou melhor, uma femme fatale. De troco, o cafetão dela, que não pretende perder sua mina de ouro para ninguém, principalmente para um jovem mimado. E o rumo tragicômico que a vida do herói toma quando sai de linha só é mesmo recuperado quando ele se adapta às entrelinhas da vida social, guiada pelo prazer, e percebe que, nela, os fins quase sempre encobrem os meios. Também constata a importância de uma faxina na manhã seguinte.
Se a ausência de uma solidez narrativa se faz sentir, certamente ela é amenizada pelo natural descompromisso do projeto e pelos diálogos, alguns verdadeiramente certeiros. Talvez o roteiro de Paul Brickman seja melhor do que sua direção, mas inclusive a ela devem ser reservados elogios. A trilha sonora também é ponto de destaque, especialmente na cafonice da sequência no metrô (I can’t feel it coming in the air tonight, oh lord, and I’ve been waiting for this moment for all my life…). Inesquecível também é a beleza irritante de Rebecca De Mornay, até hoje uma mulher estonteante.
À época de sua estréia, Roger Ebert deu a Risky business quatro estrelas: hoje sua qualificação máxima não quer dizer grande coisa, mas há mais de um quarto de século é certeza que sim – e foram com estas palavras, bastante pertinentes, que ele concluiu sua crítica: “Este filme sabe o que se passa por trás das portas fechadas dos banheiros do sonho americano”.
.
Elenco
Tom Cruise ... Joel Goodson
Rebecca De Mornay ... Lana
Joe Pantoliano ... Guido
Richard Masur ... Rutherford
Bronson Pinchot ... Barry
Curtis Armstrong ... Miles
Nicholas Pryor ... Mr. Goodson
Janet Carroll ... Mrs. Goodson
Shera Danese ... Vicki
Raphael Sbarge ... Eric
Bruce A. Young ... Jackie
Risky business, comparado com os típicos filmes para adolescentes, é uma obra-prima. Analisado isoladamente é certo que está longe desse patamar. Mas não deixa de ser uma surpresa das mais agradáveis começar a ver um filme sobre o último ano colegial de Tom Cruise e se deparar, lá no meio da história, com uma sátira, uma bela sátira sobre a geração yuppie.
O protagonista planeja ingressar na faculdade que seus pais escolheram. Mas ele não é exatamente um prodígio e os estudos, nesse momento de sua vida, estão em segundo plano: são outras coisas que ocupam seu tempo – e imaginação. Quando seus pais saem em viagem por alguns dias e o deixa tomando conta sozinho da casa de classe média alta num subúrbio americano, seus planos em perder a virgindade irão se concretizar, mas não se pode dizer o mesmo da sua perspectiva em entrar no caminho seguro para ser um legítimo “empreendedor do futuro” – pelo menos nos contornos tradicionais que lhe dão.
Entra em cena uma prostituta. Ou melhor, uma femme fatale. De troco, o cafetão dela, que não pretende perder sua mina de ouro para ninguém, principalmente para um jovem mimado. E o rumo tragicômico que a vida do herói toma quando sai de linha só é mesmo recuperado quando ele se adapta às entrelinhas da vida social, guiada pelo prazer, e percebe que, nela, os fins quase sempre encobrem os meios. Também constata a importância de uma faxina na manhã seguinte.
Se a ausência de uma solidez narrativa se faz sentir, certamente ela é amenizada pelo natural descompromisso do projeto e pelos diálogos, alguns verdadeiramente certeiros. Talvez o roteiro de Paul Brickman seja melhor do que sua direção, mas inclusive a ela devem ser reservados elogios. A trilha sonora também é ponto de destaque, especialmente na cafonice da sequência no metrô (I can’t feel it coming in the air tonight, oh lord, and I’ve been waiting for this moment for all my life…). Inesquecível também é a beleza irritante de Rebecca De Mornay, até hoje uma mulher estonteante.
À época de sua estréia, Roger Ebert deu a Risky business quatro estrelas: hoje sua qualificação máxima não quer dizer grande coisa, mas há mais de um quarto de século é certeza que sim – e foram com estas palavras, bastante pertinentes, que ele concluiu sua crítica: “Este filme sabe o que se passa por trás das portas fechadas dos banheiros do sonho americano”.
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Elenco
Tom Cruise ... Joel Goodson
Rebecca De Mornay ... Lana
Joe Pantoliano ... Guido
Richard Masur ... Rutherford
Bronson Pinchot ... Barry
Curtis Armstrong ... Miles
Nicholas Pryor ... Mr. Goodson
Janet Carroll ... Mrs. Goodson
Shera Danese ... Vicki
Raphael Sbarge ... Eric
Bruce A. Young ... Jackie
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